Este fenómeno é uma consequência direta dos repetidos encerramentos das urgências de obstetrícia, que forçam as grávidas a percorrer longas distâncias para encontrar um hospital disponível.
Até meados de setembro de 2025, já tinham nascido 57 bebés em ambulâncias, um número superior aos 50 registados em todo o ano de 2024.
A maioria destas ocorrências concentra-se na Margem Sul do Tejo, onde os encerramentos simultâneos das urgências de Almada, Setúbal e Barreiro têm sido mais frequentes.
Casos concretos na região de Santarém ilustram a gravidade da situação: em menos de duas semanas, bombeiros de Santarém, Salvaterra de Magos e Rio Maior assistiram a quatro partos. Num dos casos, uma grávida de Alpiarça deu à luz na Estrada Nacional 118, a caminho do Hospital de Abrantes, porque a urgência de Santarém, mais próxima, estava encerrada.
A Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, reconheceu no Parlamento que os partos em ambiente extra-hospitalar aumentaram, referindo que em 2025 já se registaram 52 nascimentos em ambulâncias. Hélder Silva, responsável pelo Comando Sub-Regional da Lezíria do Tejo, defende que, para evitar esta situação, as equipas de emergência deveriam ser autorizadas a parar em qualquer unidade hospitalar, mesmo que esta não tenha a valência de obstetrícia, para garantir a segurança da mãe e do bebé.














