O Governo anunciou a criação de uma urgência regional de obstetrícia na Península de Setúbal para responder à crise de encerramentos. O plano centraliza os serviços no Hospital Garcia de Orta, em Almada, com o apoio do Hospital de Setúbal, mas enfrenta ceticismo por parte de autarcas e profissionais de saúde. Anunciado pela Ministra da Saúde no Parlamento, o plano visa estabelecer uma resposta estável e permanente numa região com mais de 830 mil habitantes, que tem sido severamente afetada pela falta de médicos. A estratégia passa por concentrar os recursos humanos e técnicos no Hospital Garcia de Orta, que funcionará em permanência, enquanto o Hospital de Setúbal receberá apenas casos referenciados pelo INEM e pela linha SNS 24.
A própria ministra admitiu que, para esta solução funcionar, seriam necessários mais 30 especialistas.
A medida foi recebida com críticas por parte dos autarcas da região, como os de Almada e Barreiro, que lamentaram a falta de diálogo e consideraram que a concentração de serviços não resolve o problema de fundo da carência de profissionais.
Adicionalmente, o Governo anunciou um concurso para um futuro Centro Materno-Infantil em Almada, mas o seu lançamento está previsto apenas para 2026, com uma conclusão que poderá ultrapassar a atual legislatura, o que o torna uma solução a muito longo prazo para um problema imediato.
Em resumoA estratégia do Governo para estabilizar os cuidados de obstetrícia na Península de Setúbal passa pela criação de um polo regional em Almada. No entanto, o plano é criticado por não resolver a escassez de médicos e por ter sido desenhado sem a participação dos municípios, gerando dúvidas sobre a sua eficácia a curto e médio prazo.