Para além dos encerramentos totais, um número crescente de serviços de urgência em todo o país opera com restrições, aceitando apenas doentes encaminhados pelo INEM ou pela linha SNS 24. Esta modalidade de "atendimento condicionado" tornou-se uma solução de recurso para gerir a falta de profissionais, mas limita o acesso direto dos utentes. A prática do atendimento condicionado tornou-se uma norma em várias unidades hospitalares para gerir a escassez de recursos humanos.
Hospitais em Braga, Beja, Leiria, Amadora-Sintra e Vila Franca de Xira, entre outros, aplicaram este modelo às suas urgências de obstetrícia e pediatria durante o fim de semana.
Na prática, isto significa que um utente não pode dirigir-se diretamente a estas urgências, sendo obrigado a contactar primeiro a linha SNS 24 para triagem ou a ser transportado por uma ambulância do INEM.
Embora esta estratégia ajude a gerir os fluxos de doentes e a evitar a sobrelotação de serviços com equipas reduzidas, representa uma barreira significativa no acesso aos cuidados. Este modelo assinala uma mudança sistémica no funcionamento do SNS, que passa de um serviço de portas abertas para um sistema mais regulado e de acesso mais difícil, ditado pela carência de meios.
Em resumoA adoção generalizada do "atendimento condicionado" nas urgências portuguesas reflete uma nova realidade no SNS. Esta medida, embora necessária para gerir a falta de pessoal, limita o acesso direto dos cidadãos aos cuidados urgentes, transferindo a responsabilidade da triagem inicial para a linha SNS 24 e para o INEM.