Das sete vagas abertas para obstetras, consideradas carenciadas, apenas duas foram preenchidas, evidenciando que as condições oferecidas pelo setor público não são competitivas.
A Ministra da Saúde confirmou no Parlamento o fracasso do concurso para reforçar a equipa de obstetrícia do hospital de Almada, um dos mais pressionados do país.
Dos sete lugares disponíveis, três especialistas preferiram outras instituições com melhores condições salariais, e dois mantinham-se indecisos.
Este resultado é um microcosmo do problema nacional: a incapacidade do SNS de competir com o setor privado e com o estrangeiro na captação de recursos humanos altamente qualificados. A situação força o Estado a recorrer a soluções mais dispendiosas e precárias, como a contratação de médicos tarefeiros, que, segundo a imprensa, já custaram mais de 230 milhões de euros este ano.
O insucesso no recrutamento é a causa fundamental da crise nas urgências e explica por que o Governo se vê obrigado a considerar medidas extremas e controversas, como a mobilidade forçada, para tentar garantir a continuidade dos serviços essenciais.














