Encerramento da maternidade do Barreiro gera protestos e oposição política

A proposta de encerramento da urgência de obstetrícia do Hospital do Barreiro e a concentração dos serviços no Hospital Garcia de Orta, em Almada, gerou uma forte onda de contestação por parte de utentes, sindicatos e autarcas. A medida, inserida no plano de reorganização das urgências da Península de Setúbal, é vista como um ataque aos cuidados de saúde de proximidade numa das regiões mais populosas do país. Dezenas de utentes e profissionais de saúde manifestaram-se em frente ao Hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, para contestar uma decisão que consideram inaceitável. Antonieta Bodziony, da comissão de utentes, alertou que o Hospital Garcia de Orta já enfrenta constrangimentos para servir a sua população e que a concentração de serviços resultará num "caos". A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) juntou-se ao protesto, com a sua presidente, Joana Bordalo e Sá, a afirmar que "não é suposto encerrarem serviços" e que a solução passa por criar condições dignas para fixar médicos no SNS.

A deputada do PCP, Paula Santos, classificou a medida como um prejuízo para as grávidas e um fator que poderá levar mais profissionais a abandonar o serviço público.

A contestação estende-se aos autarcas, que criticam a falta de diálogo por parte da tutela e garantem "oposição feroz" à decisão.

O Hospital do Barreiro serve diretamente os concelhos de Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete, uma população superior a 230 mil habitantes, numa península com mais de 830 mil pessoas. Em 2024, as três urgências da região (Almada, Setúbal e Barreiro) realizaram um total de 4.800 partos, um volume que, segundo os críticos, o Garcia de Orta não terá capacidade para absorver.

Em resumo

O anunciado encerramento da urgência de obstetrícia do Hospital do Barreiro motivou protestos de utentes, sindicatos e autarcas. Os manifestantes consideram que a concentração de serviços em Almada prejudica os cuidados de proximidade, sobrecarrega o Hospital Garcia de Orta e ignora as necessidades de uma população de mais de 800 mil habitantes na Península de Setúbal.

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