O novo plano de reorganização dos cuidados de saúde, elaborado por um grupo de peritos e já entregue ao Governo, propõe o encerramento do serviço de urgência pediátrica (SOS Pediátrico) em Torres Novas. A medida insere-se numa reestruturação mais ampla que afeta a Unidade Local de Saúde (ULS) do Médio Tejo e visa centralizar e otimizar os recursos na região. O documento, que também prevê a mobilidade de equipas de obstetrícia entre os hospitais de Abrantes, Santarém e Vila Franca de Xira, identifica uma disfunção na atual organização da ULS do Médio Tejo. Alberto Caldas Afonso, coordenador do grupo de trabalho, explicou que a estrutura presente, com a obstetrícia em Abrantes e a pediatria e neonatologia em Torres Novas, é incoerente e insustentável.
“Isto não faz sentido e não pode continuar”, afirmou o especialista, justificando a necessidade de uma intervenção profunda que vai além da simples rotação de equipas.
O encerramento do serviço pediátrico de urgência em Torres Novas surge como uma consequência direta desta reavaliação, que procura concentrar as valências materno-infantis para garantir maior segurança e eficiência. A proposta reflete uma tendência nacional de centralização de especialidades em unidades com maior capacidade de resposta, face à escassez de profissionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS). No entanto, a medida levanta preocupações sobre o acesso das populações a cuidados pediátricos de emergência, aumentando as distâncias que as famílias terão de percorrer para obter assistência.
A decisão final sobre o encerramento e a reorganização dos serviços na região do Médio Tejo está agora nas mãos do executivo.
Em resumoO plano de reorganização da saúde para a região do Médio Tejo propõe o encerramento da urgência pediátrica de Torres Novas. A medida, justificada pela necessidade de corrigir a separação entre os serviços de pediatria e obstetrícia na região, visa centralizar os cuidados materno-infantis mas gera preocupações sobre o acesso das populações a cuidados de emergência.