O bebé, com apenas quatro dias de vida, nasceu com sintomas de uma doença digestiva grave, provavelmente uma obstrução intestinal, que colocava a sua vida em risco. Perante a necessidade de uma cirurgia urgente, a equipa médica do Hospital Beatriz Ângelo contactou três hospitais de referência em Lisboa: Dona Estefânia, Santa Maria e Amadora-Sintra.

No entanto, nenhum conseguiu garantir a intervenção.

O Hospital de Santa Maria e o Dona Estefânia alegaram não ter vagas disponíveis nos Cuidados Intensivos neonatais, enquanto o Amadora-Sintra admitiu não ter conseguido mobilizar a tempo uma equipa de cirurgia completa, faltando um anestesista. A solução surgiu a mais de duas horas de viagem, em Coimbra, para onde o recém-nascido foi transportado de ambulância durante a madrugada, acompanhado apenas por uma enfermeira.

Após dois dias de exames, a criança foi operada com sucesso, tendo sido detetados três nós no intestino, e permanece a recuperar nos Cuidados Intensivos.

A família já anunciou que irá apresentar queixa pela falha na resposta atempada na região de Lisboa, um episódio que evidencia a pressão sobre os serviços especializados e as consequências dramáticas da falta de meios e equipas.