O caso, ocorrido em fevereiro de 2024, foi denunciado à Entidade Reguladora da Saúde (ERS) e está a ser investigado pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).

A denúncia, tornada pública num relatório da ERS, relata que o utente deu entrada na urgência às 11h27.

Pelas 18h00, a nora foi informada de que o sogro já tinha tido alta.

Desconfiada, insistiu e, perante a mesma resposta, entrou no serviço, onde o encontrou numa maca.

Ao confrontar o médico de serviço, este terá explicado que "tinha visto" o homem numa cadeira de rodas, o "tinha chamado três vezes pelo nome, mas como este não respondeu à chamada, acabou por lhe dar 'alta por abandono'".

Após a intervenção da família, o registo clínico foi reaberto, o homem foi avaliado e ficou internado, vindo a falecer dois dias depois. Em sua defesa, a Unidade Local de Saúde do Arco Ribeirinho (ULSAR) garantiu que "a abordagem médica foi a correta", mas reconheceu que a situação foi "inadequada", admitindo uma "falha na comunicação entre os vários profissionais de saúde" e que o episódio foi "inadmissível". A ERS concluiu que a conduta do hospital "não se revelou garantística da proteção dos direitos e interesses legítimos do utente", sendo "imperioso garantir que os procedimentos assistenciais (...) salvaguardam o direito de acesso a uma prestação de cuidados de saúde integrada, continuada e tempestiva".