Este evento sublinha os riscos diretos para os utentes e a crescente normalização de partos em condições extra-hospitalares.
O caso ocorreu quando uma grávida, transportada pelos bombeiros da Moita, não conseguiu ser assistida no Hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, por este ter a sua urgência obstétrica encerrada.
A ambulância foi reencaminhada para o Hospital Garcia de Orta, em Almada, a única unidade com este serviço a funcionar em toda a Península de Setúbal nesse dia, mas o parto acabou por acontecer na via rápida IC21.
Este foi o 14.º parto assistido pelos bombeiros da Moita em 2025, uma realidade que o comandante Pedro Ferreira descreveu como “uma situação cada vez mais normal”.
A dimensão nacional do problema foi confirmada pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, que admitiu a ocorrência de cerca de 150 partos extra-hospitalares no país durante o ano. A situação reflete uma carência de profissionais de saúde para completar as escalas, um problema particularmente agudo na Península de Setúbal. Como resposta, o Governo planeia criar uma urgência regional de obstetrícia, centralizando a resposta permanente no Hospital Garcia de Orta, com o Hospital de Setúbal a receber casos referenciados. No entanto, esta solução tem gerado forte contestação por parte de utentes e autarcas, que temem a perda de cuidados de proximidade e a sobrecarga do hospital de Almada.














