O caso, denunciado à Entidade Reguladora da Saúde (ERS), revela falhas graves de comunicação e de procedimentos no serviço de urgência.

O utente deu entrada na urgência às 11h27.

Sete horas depois, a sua nora foi informada na receção de que o sogro já tinha tido alta.

Desconfiada, insistiu e entrou no serviço, onde o encontrou “deitado numa maca, num estado verdadeiramente deplorável”. Ao confrontar o médico de serviço, este terá explicado que chamou o doente três vezes no corredor, onde se encontrava numa cadeira de rodas, e, como não obteve resposta, assumiu que este tinha abandonado o serviço.

Após a intervenção da familiar, o registo clínico foi reaberto, o homem foi observado e ficou internado, mas viria a falecer 48 horas depois.

Em resposta à ERS, o hospital admitiu que a situação foi “inadequada” e “inadmissível”, reconhecendo uma “falha na comunicação entre os vários profissionais de saúde”, embora defendendo que “a abordagem médica foi a correta”. A ERS concluiu que a conduta da unidade de saúde não garantiu a proteção dos direitos do utente, e a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) está a investigar o caso.