As urgências da Unidade Local de Saúde (ULS) do Médio Ave, que servem os concelhos de Santo Tirso e Vila Nova de Famalicão, enfrentaram um período de fortes constrangimentos, marcado por longos tempos de espera, falta de médicos e a ameaça de demissão das chefias. Embora a administração garanta que os cuidados nunca foram comprometidos, a situação revela a pressão a que os serviços de urgência no norte do país também estão sujeitos. As notícias deram conta de situações críticas, como o encerramento da urgência de Santo Tirso devido à deslocação de profissionais e a sobrelotação da urgência de Famalicão, que chegou a funcionar com apenas um médico de serviço, levando a esperas de até 13 horas. Utentes relataram um cenário de caos e registaram a sua insatisfação no livro de reclamações. A crise agravou-se com o pedido de demissão dos chefes das equipas de urgência, um sinal do desgaste dos profissionais.
Em resposta, a administração da ULS do Médio Ave reconheceu ter enfrentado “dificuldades inesperadas” durante o verão no preenchimento das equipas médicas da triagem, o que impactou a organização do trabalho.
No entanto, a administração informou que os chefes de equipa suspenderam os seus pedidos de demissão e estão a colaborar para resolver os problemas, esperando que a “normalidade do atendimento” regresse “muito brevemente”.
A ULS sublinhou que, apesar dos constrangimentos, as urgências de Pediatria e Ginecologia/Obstetrícia não sofreram qualquer perturbação.
Em resumoA crise nas urgências de Famalicão e Santo Tirso, embora descrita pela administração como pontual, evidencia a fragilidade dos serviços hospitalares fora dos grandes centros urbanos, onde a falta de médicos e a sobrecarga de trabalho ameaçam a qualidade e a continuidade do atendimento de emergência.