A Unidade Local de Saúde (ULS) de Braga tornou-se o centro de uma forte polémica após a não renovação do contrato de cerca de 40 enfermeiros, uma decisão que o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) atribui a uma estratégia para privatizar a gestão da unidade. O sindicato acusa a Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, de impor limites à contratação para "garantir o 'apetite' dos grupos económicos privados da saúde", considerando que "o plano de entregar a gestão a uma PPP é a única justificação" para a dispensa de profissionais essenciais. Segundo o SEP, os enfermeiros foram contratados em abril de 2025 ao abrigo do plano de contingência de verão, e o próprio Conselho de Administração da ULS teria admitido, em julho, que estes profissionais eram "essenciais para manter a capacidade assistencial".
A intenção seria prolongar os contratos, mas os profissionais terão sido informados por e-mail que, por "orientação superior, tutela e ACSS", os contratos não seriam renovados.
Em resposta, o Conselho de Administração da ULS de Braga negou ter recebido qualquer diretriz do Ministério da Saúde. A administração justificou a suspensão provisória da celebração de novos contratos com "motivos estratégicos de gestão", afirmando a necessidade de "uma reavaliação rigorosa dos custos, uma redefinição das necessidades e a preparação de um plano de recrutamento que seja adequado e sustentável" para o plano sazonal de inverno. Este conflito expõe a tensão entre a gestão hospitalar e os sindicatos, tendo como pano de fundo o debate sobre a sustentabilidade do SNS e o papel das parcerias público-privadas na saúde.
Em resumoA dispensa de 40 enfermeiros na ULS de Braga desencadeou um conflito entre o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses e a administração. O sindicato acusa o Governo de preparar a privatização da unidade, enquanto a administração alega "motivos estratégicos de gestão" e a necessidade de reavaliar custos para o plano de inverno.