O serviço de urgência do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) enfrentou uma situação de colapso, com tempos de espera para doentes urgentes a ultrapassarem as 15 horas, evidenciando as pressões crónicas que afetam a unidade. A crise no Hospital Amadora-Sintra, amplamente noticiada, expôs a vulnerabilidade de um dos maiores hospitais da região de Lisboa. Vários artigos relataram tempos de espera que atingiram picos de 13, 15, 16 e até 23 horas para doentes com pulseira amarela (urgentes), cujo atendimento recomendado é de 60 minutos. A situação foi atribuída a uma confluência de fatores crónicos: uma procura anormalmente elevada, servindo uma população de 600 mil utentes, dos quais um terço não tem médico de família; a ocupação de mais de 20% das camas com internamentos sociais, que impede a admissão de novos doentes da urgência; e a carência de recursos humanos, agravada pela saída de oito médicos.
O diretor das urgências, Luís Duarte Costa, chegou a descrever o trabalho dos profissionais como "um verdadeiro milagre" face às condições.
Em resposta à crise, a administração anunciou um conjunto de medidas estruturais, incluindo a criação de um Centro de Responsabilidade Integrada (CRI) com equipas dedicadas à urgência até ao final do ano, e a construção de uma nova unidade com 70 camas destinada a internamentos sociais para libertar vagas no hospital. Adicionalmente, a adesão ao projeto "Ligue Antes, Salve Vidas", que incentiva o contacto prévio com a linha SNS 24, visava mitigar a afluência de casos não urgentes, que representavam cerca de 55% dos atendimentos. Apesar dos picos de sobrecarga, algumas notícias posteriores indicaram uma normalização dos tempos de espera, sugerindo a natureza intermitente mas recorrente do problema.
Em resumoA crise no Amadora-Sintra, com tempos de espera extremos, reflete problemas sistémicos como a falta de profissionais, a procura excessiva por uma população com cuidados primários insuficientes e o bloqueio de camas por casos sociais. A administração planeia mudanças estruturais, como uma nova unidade para internamentos sociais e uma equipa dedicada à urgência, para mitigar a pressão contínua.