A degradação do serviço, descrita como gradual ao longo dos últimos anos, atingiu um ponto crítico que motivou um alerta do bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes. Segundo o bastonário, o serviço estaria reduzido a apenas um especialista do quadro, o que levaria inevitavelmente à perda de idoneidade formativa, uma vez que não existem condições para acolher internos em formação.
Esta situação obrigaria à recolocação dos jovens médicos noutras unidades.
Em resposta, a administração do hospital e da Unidade Local de Saúde (ULS) Estuário do Tejo contestou estes números, afirmando ter três especialistas no quadro e estar em processo de contratação de mais quatro, além de reforçar a equipa com médicos tarefeiros.
Apesar do desmentido da administração, Carlos Cortes manifestou ceticismo quanto a uma resolução a curto prazo, afirmando ser "extremamente difícil" atrair médicos para o serviço.
A crise gerou receio entre os autarcas dos cinco municípios servidos pelo hospital, levando a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, a garantir publicamente que "não vamos fechar a maternidade", embora admitindo a necessidade de estudar a rede de referenciação. A situação insere-se num plano mais vasto de reorganização das urgências obstétricas, que prevê a mobilidade de equipas, podendo a de Vila Franca de Xira ser deslocada para apoiar o Hospital de Loures.













