Esta situação crítica tem gerado constrangimentos recorrentes no acesso aos cuidados materno-infantis na região.

A interrupção do serviço no Centro Hospitalar Barreiro Montijo, que se estendeu até 11 de outubro, insere-se num quadro mais vasto de dificuldades que afeta a Margem Sul, onde várias urgências operam de forma condicionada. A causa primária destes encerramentos é a incapacidade de completar as escalas médicas, um problema estrutural que obriga ao desvio de utentes para outras unidades hospitalares, como o Hospital Garcia de Orta, em Almada, sobrecarregando os serviços que se mantêm em funcionamento. A situação no Barreiro não é um caso isolado, mas sim o sintoma mais visível de uma crise regional que afeta também as Unidades Locais de Saúde (ULS) de Almada/Seixal e da Arrábida. A falta de obstetras é tão severa que levou a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) a implementar um modelo de rotatividade entre as maternidades da região para tentar garantir uma resposta contínua. No entanto, esta solução paliativa não resolve o problema de fundo, que continua a colocar em risco a segurança de grávidas e recém-nascidos, forçados a percorrer distâncias maiores em momentos críticos. A crise no Barreiro tornou-se um dos principais focos de preocupação para as autoridades de saúde e para a população, que vê o acesso a um cuidado essencial tornar-se cada vez mais incerto e dependente da disponibilidade de médicos em hospitais vizinhos.