A situação, que se arrasta há vários dias, foi agravada por um pico de afluência no fim de semana, durante o qual a unidade recebeu cerca de mil doentes.

A administração do hospital e o diretor das urgências, Luís Duarte Costa, reconhecem a pressão, atribuindo-a a múltiplos fatores.

A unidade serve uma população de 600 mil utentes, dos quais um terço não tem médico de família, o que aumenta a procura inadequada da urgência. Além disso, mais de 20% dos internamentos são considerados sociais, ou seja, doentes com alta clínica que permanecem no hospital por falta de retaguarda, ocupando camas que seriam necessárias para novos doentes vindos da urgência. Para mitigar o problema, a administração planeia implementar um Centro de Responsabilidade Integrada (CRI) com equipas dedicadas à urgência até ao final do ano e criar uma unidade com 70 camas para internamentos sociais.

O diretor das urgências considerou que o trabalho dos profissionais nestas condições é "um verdadeiro milagre", enquanto o projeto "Ligue Antes, Salve Vidas", que incentiva o contacto prévio com o SNS 24, teve resultados "diminutos".