A medida, já implementada em unidades como o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, e apoiada pela Ministra da Saúde, gera, no entanto, um intenso debate entre as ordens profissionais.
O bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Luís Filipe Barreira, defende a rápida regulamentação da medida, argumentando que "não faz sentido nenhum que os obstetras estejam a fazer acompanhamento de baixo risco quando há outros profissionais preparados para isso". A proposta da Ordem dos Enfermeiros prevê que os EESMO possam assumir de forma autónoma a vigilância destas gravidezes, tanto em hospitais como nos cuidados de saúde primários, para as utentes sem médico de família. A Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, manifestou-se "muito aberta a avaliar a proposta", reconhecendo que "as grávidas não podem estar sem vigilância".
No entanto, a Ordem dos Médicos, através do seu Colégio de Medicina Geral e Familiar, expressou preocupação, alertando que a medida pode "fragilizar a segurança clínica". Os médicos defendem que "o futuro da saúde materna em Portugal não pode assentar em soluções de substituição, mas sim em modelos de verdadeira complementaridade e integração", sublinhando que médicos e enfermeiros têm competências distintas e insubstituíveis. A Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar também pediu uma maior reflexão, reforçando que a solução não passa pela substituição de profissionais, mas pela potenciação do trabalho multidisciplinar.













