A Unidade Local de Saúde (ULS) de Braga viveu uma crise de recursos humanos após a administração ter decidido não renovar o contrato de cerca de uma centena de profissionais, incluindo 48 enfermeiros e 40 auxiliares. A decisão foi revertida após forte pressão do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), que acusou a tutela de enfraquecer o SNS. Os profissionais, contratados ao abrigo do plano sazonal de verão, tinham sido informados de que os seus contratos seriam prolongados para o plano de inverno. No entanto, a 30 de setembro, foram notificados por email de que a contratação ficaria sem efeito por “orientação superior”.
O SEP denunciou a situação, acusando o Governo de impedir as contratações para “entregar a gestão a uma PPP [parceria público-privada]”. A Comissão de Utentes da ULS de Braga considerou a decisão “inadmissível”, afirmando que esta degrada as condições de trabalho e atendimento. Em resposta, o Conselho de Administração da ULS de Braga negou ter recebido qualquer diretriz da tutela, justificando a decisão com a necessidade de uma “reavaliação rigorosa dos custos”. Após uma reunião de emergência com o SEP, a administração recuou e prometeu contratar novamente os profissionais no prazo de 15 dias, caso estes assim o desejassem.
O grupo parlamentar do PCP questionou o Governo sobre os motivos da não renovação e se a intenção seria tornar a unidade “mais rentável para o grupo privado” que a viesse a explorar.
Em resumoA decisão da ULS de Braga de não renovar o contrato de cerca de 100 profissionais de saúde foi revertida após a intervenção do SEP. O episódio expôs a tensão na gestão de recursos humanos e suscitou acusações de que o Governo estaria a enfraquecer a unidade para justificar uma futura parceria público-privada.