Os constrangimentos são uma constante, com os serviços a encerrarem por períodos que podem chegar a quase uma semana, como no caso do Hospital do Barreiro.

Esta instabilidade obriga as grávidas da região a um estado de incerteza, sem saberem a que unidade se dirigir em caso de emergência. A situação resulta diretamente da falta de profissionais de saúde, nomeadamente médicos especialistas, para completar as escalas de serviço. O Governo já reconheceu a criticidade na Península de Setúbal e pretende criar, a curto prazo, uma urgência regional de obstetrícia, centralizando a resposta no Hospital Garcia de Orta e utilizando o Hospital de Setúbal para casos referenciados pelo SNS 24 e INEM. No entanto, enquanto esta solução não é implementada, a realidade no terreno é de grande dificuldade.

O aumento do número de partos em ambulâncias na região é uma consequência direta destes encerramentos, como reportado por corporações de bombeiros que assistem a um número crescente de nascimentos extra-hospitalares. A situação expõe a vulnerabilidade das parturientes e a fragilidade da rede do SNS na prestação de um cuidado essencial e urgente.