A diretora clínica para a área hospitalar da ULS Amadora-Sintra, Diana Sousa Mendes, apresentou a sua demissão, alegando "motivos de natureza pessoal". A saída ocorre num período de enorme pressão sobre o Hospital Amadora-Sintra (Fernando Fonseca), com tempos de espera superiores a 15 horas nas urgências e alegações de que a falta de médicos esteve na origem da decisão. A demissão de Diana Sousa Mendes, que assumiu o cargo em março de 2025, foi confirmada pelo conselho de administração da ULS, que serve uma população de cerca de 600 mil pessoas. Embora a justificação oficial aponte para razões pessoais, a saída acontece num contexto de grande instabilidade.
Nos últimos dias, as urgências do hospital registaram picos de afluência que levaram a tempos de espera alarmantes, ultrapassando as 15 horas para doentes com pulseira amarela (urgentes). Um artigo avança que a demissão terá sido motivada pela falta de médicos, referindo que a diretora clínica estaria a ser “pressionada a demitir-se por não conseguir ‘obrigar’ médicos a trabalharem no novo hospital” de Sintra. A mesma notícia indica que oito dos 18 médicos da urgência se demitiram no verão e as vagas ainda não foram repostas.
A administração da ULS aceitou o pedido de cessação de funções e iniciou o processo de substituição, garantindo que Diana Sousa Mendes se manterá no cargo até à conclusão do mesmo para “assegurar a normalidade da atividade hospitalar”.
A Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, anunciou que a nova direção será apresentada nos próximos dias.
Em resumoA demissão da diretora clínica da ULS Amadora-Sintra, num contexto de sobrelotação das urgências e de alegada falta de médicos, expõe a pressão insustentável sobre os gestores hospitalares. O caso ilustra como a crise de recursos humanos no SNS se traduz em instabilidade na liderança e compromete a gestão de uma das maiores unidades de saúde do país.