O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) alerta para a falta de 292 enfermeiros nas Unidades Locais de Saúde (ULS) de Castelo Branco e da Cova da Beira. A carência de profissionais, apurada numa campanha sindical, está a levar à "asfixia das instituições" e a comprometer a qualidade dos cuidados de saúde na região. Numa conferência de imprensa em Castelo Branco, a dirigente sindical Conceição Rodrigues detalhou os números da carência de pessoal. Na ULS de Castelo Branco, o défice é de 141 enfermeiros, com 238 profissionais em funções quando seriam necessários 379. Na ULS da Cova da Beira, a situação é semelhante, faltando 151 enfermeiros para atingir o rácio ideal de 404 profissionais, existindo atualmente apenas 253.
A sindicalista lamentou que as administrações das ULS não tenham facultado oficialmente os dados solicitados, obrigando o sindicato a realizar o seu próprio levantamento.
A principal causa apontada para esta incapacidade de contratação é a não aprovação dos Planos de Desenvolvimento Organizacional (PDO) por parte do Ministério da Saúde. “Enquanto a tutela não aprovar os PDO as instituições não podem fazer praticamente nada para resolver o problema da falta de profissionais de enfermagem”, afirmou Conceição Rodrigues. O SEP sublinha que a sua ação não é “contra as instituições”, mas sim uma forma de pressionar “uma tutela que não está a ter as medidas políticas que deve”.
Perante a falta de resposta aos pedidos de reunião, o sindicato agendou reuniões gerais de trabalhadores e um pré-aviso de greve para a ULS de Castelo Branco no dia 22 de outubro.
Em resumoA grave falta de enfermeiros nas ULS de Castelo Branco e da Cova da Beira, denunciada pelo SEP, evidencia o impacto direto de entraves burocráticos e da inação da tutela na capacidade de resposta dos serviços de saúde do interior. A situação de "asfixia" descrita pelo sindicato ameaça a segurança e a qualidade dos cuidados, demonstrando como a crise de recursos humanos no SNS tem consequências severas a nível regional.