A medida visa, segundo a tutela, otimizar recursos, mas é vista pelos profissionais como um perigoso afastamento dos cuidados de proximidade.
O exemplo mais citado pelos sindicatos é o da Margem Sul do Tejo, onde se prevê o encerramento das urgências de obstetrícia dos hospitais do Barreiro e de Setúbal, concentrando todos os partos em Almada.
Joana Bordalo e Sá, presidente da FNAM, alerta que a medida deixará “grávidas e recém-nascidos sem cuidados de proximidade” numa área que serve “quase um milhão de pessoas”.
A sindicalista distingue entre uma “urgência regional” e uma “urgência metropolitana”, argumentando que, ao contrário do Porto, onde os hospitais estão próximos, “isto não acontece na maioria das regiões do país”.
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) partilha do ceticismo, considerando o modelo um “remendo a curto prazo” que “levanta muitas dúvidas sobre a sua implementação”. Nuno Rodrigues, secretário-geral do SIM, avisa que as unidades precisam de equipas completas e estáveis para garantir a segurança dos doentes, algo que o modelo de mobilidade proposto não assegura. Ambos os sindicatos criticam a falta de diálogo e a apresentação de medidas consumadas por parte do Ministério da Saúde, o que adensou o conflito e motivou a convocatória de uma greve nacional.













