A situação, sem data prevista para resolução, obriga os utentes a deslocarem-se para outras unidades, sobrecarregando o sistema e aumentando os riscos.
O serviço, que estava encerrado “temporariamente” há dois anos, continua sem perspetivas de reabertura devido à persistente falta de médicos cirurgiões. Esta carência de profissionais de saúde é um problema sistémico que afeta particularmente os hospitais localizados fora dos grandes centros urbanos. A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) já alertou que o caso de Mirandela “não é um caso isolado”, criticando a ausência de medidas eficazes no Orçamento do Estado para resolver a fixação de especialistas nestas regiões. O encerramento prolongado desta urgência tem um impacto direto na população de Mirandela e dos concelhos vizinhos, que totaliza mais de 40 mil pessoas. Estes utentes são forçados a percorrer distâncias maiores para aceder a cuidados cirúrgicos de emergência, o que pode ser crítico em situações de tempo-sensíveis. A situação de Mirandela serve como um exemplo concreto das desigualdades territoriais no acesso à saúde em Portugal e das dificuldades que o Serviço Nacional de Saúde enfrenta para garantir uma cobertura equitativa em todo o território nacional, um problema que a simples reorganização de serviços, sem um reforço de recursos humanos, dificilmente resolverá.












