A medida visa incentivar a mobilidade e garantir o funcionamento das urgências, mas é vista com ceticismo pelos sindicatos.

O diploma em negociação estabelece a criação de um serviço de urgência externa de âmbito regional, e o Governo propõe compensar médicos e enfermeiros pela deslocação. Uma das propostas em discussão é a atribuição de um suplemento remuneratório de cerca de 500 euros mensais para deslocações até 60 quilómetros. O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) já classificou o valor como “manifestamente insuficiente”, dada a complexidade de trabalhar em hospitais desconhecidos.

O secretário-geral do SIM, Nuno Rodrigues, vê a ideia das urgências regionais como um “remendo a curto prazo” e defende que a solução passa pela “contratação direta de médicos” com condições atrativas.

Outra medida em cima da mesa é pagar mais a médicos com mais de 50 anos para assegurar a cobertura destes serviços, numa tentativa de mobilizar os profissionais mais experientes. Estas propostas surgem num contexto de forte contestação à reorganização das urgências, nomeadamente na Margem Sul, e de uma crise de recursos humanos que o Governo tenta mitigar com incentivos financeiros, enquanto os sindicatos continuam a exigir soluções estruturais para a carreira médica.