O Hospital de São Bernardo, em Setúbal, encerrou o seu serviço de urgência de Ginecologia e Obstetrícia durante o domingo, 19 de outubro, após já ter funcionado com limitações no dia anterior. Este encerramento, motivado pela falta de médicos especialistas, acentuou a pressão sobre os cuidados de saúde materno-infantis na Península de Setúbal. A interrupção do serviço em Setúbal, somada ao encerramento no mesmo dia do Hospital do Barreiro, deixou uma vasta área populacional com acesso limitado a cuidados urgentes de obstetrícia.
A dificuldade em preencher as escalas médicas, um problema crónico do SNS, revela-se particularmente crítica nesta região.
A solução apresentada pelas autoridades de saúde passa por um sistema de contingência, onde os utentes são instruídos a ligar para a Linha SNS 24 antes de se dirigirem a um hospital. Este modelo, embora necessário para gerir os recursos escassos, transfere a incerteza para as grávidas e suas famílias, que em momentos de aflição necessitam de uma resposta rápida e clara. O facto de o serviço já estar condicionado no sábado, atendendo apenas casos referenciados pelo CODU/INEM, e encerrar totalmente no domingo, demonstra a gravidade da situação e a incapacidade de garantir uma resposta contínua. Este episódio reforça a urgência de uma estratégia nacional para a retenção de especialistas no SNS, de modo a evitar que o acesso a cuidados essenciais dependa da disponibilidade de médicos em cada turno.
Em resumoO fecho da urgência de Ginecologia e Obstetrícia em Setúbal, precedido por um dia de funcionamento condicionado, ilustra a severa carência de médicos especialistas na Península de Setúbal. A situação obrigou as utentes a depender da Linha SNS 24 para encontrar atendimento, evidenciando a fragilidade da rede do SNS e a necessidade de medidas que garantam a continuidade e segurança dos cuidados de saúde materna.