Esta medida, embora destinada a gerir a escassez de médicos especialistas, cria uma barreira no acesso e aumenta a incerteza para a população da região do Ribatejo. Num cenário de emergência obstétrica, a necessidade de uma triagem prévia através da Linha SNS 24 ou do 112 pode representar um atraso crítico. A situação em Santarém, um hospital de referência regional, demonstra a extensão geográfica da crise de recursos humanos no SNS, que afeta tanto as áreas metropolitanas como os centros de menor dimensão. A repetição destes constrangimentos, especialmente aos fins de semana, desgasta a confiança da população no serviço público e sobrecarrega os profissionais de saúde que, em equipas reduzidas, enfrentam uma maior pressão assistencial. A solução para estes problemas recorrentes exige mais do que uma gestão de contingência; requer uma estratégia a longo prazo para a valorização das carreiras médicas e a dotação adequada de recursos humanos aos hospitais.