O serviço de urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Leiria operou com restrições durante o sábado, 18 de outubro, devido à falta de médicos especialistas para assegurar o normal funcionamento. Este constrangimento inseriu-se num fim de semana marcado por dificuldades generalizadas em várias unidades do Serviço Nacional de Saúde. A limitação do atendimento no Hospital de Leiria, que passou a receber apenas casos encaminhados pelo CODU/INEM, evidencia que a crise de recursos humanos no SNS afeta de forma significativa também a região Centro do país.
Para as utentes desta área, a medida implicou a perda do acesso direto a um serviço de urgência essencial, obrigando a um contacto prévio com a Linha SNS 24 ou o 112 para triagem e encaminhamento. Embora esta seja a orientação oficial das autoridades de saúde para gerir a escassez de profissionais, a solução impõe um ónus adicional sobre as populações de zonas mais distantes dos grandes centros hospitalares de Lisboa e Porto.
A situação em Leiria, um importante hospital regional, demonstra a dificuldade em manter uma rede de cuidados maternos previsível e segura. A recorrência destes constrangimentos, que se tornam quase uma norma aos fins de semana e feriados, aponta para a necessidade de uma revisão profunda das políticas de contratação e retenção de médicos no SNS, sob pena de se assistir a uma progressiva degradação da resposta pública em saúde.
Em resumoO funcionamento condicionado da urgência de Ginecologia/Obstetrícia em Leiria, que atendeu apenas utentes referenciadas pelo INEM, reflete o impacto da falta de especialistas na região Centro. A restrição no acesso direto expôs a vulnerabilidade da rede do SNS e a crescente dependência dos utentes de sistemas de triagem centralizados, sublinhando a necessidade de políticas eficazes para garantir a cobertura médica em todo o território.