A situação obrigou ao condicionamento do atendimento nos hospitais de Vila Franca de Xira e Beatriz Ângelo, em Loures, onde os serviços passaram a receber apenas crianças encaminhadas pelo INEM.

Este cenário espelha a dificuldade transversal em completar as escalas médicas, desta vez numa especialidade dedicada a uma população particularmente vulnerável.

A restrição do acesso direto às urgências pediátricas nestes hospitais sobrecarrega as famílias, que, em momentos de aflição, se veem obrigadas a contactar primeiro a Linha SNS 24 ou o 112 para obterem orientação, ou a procurar alternativas em hospitais centrais, que já se encontram sob forte pressão.

A situação no Hospital Beatriz Ângelo é recorrente, sendo um dos exemplos da dificuldade em fixar pediatras no SNS.

A extensão dos constrangimentos a esta especialidade demonstra que a crise de pessoal médico é sistémica e que as soluções de contingência, como o encaminhamento via INEM, se estão a tornar a norma em vez da exceção, com potenciais riscos para a segurança clínica das crianças.