Esta justificação é transversal a praticamente todos os artigos que noticiam as perturbações, evidenciando um problema estrutural de recursos humanos que o sistema não consegue resolver.
A dificuldade em preencher as escalas torna-se particularmente visível em períodos de maior pressão, como fins de semana prolongados e férias, mas reflete uma crise mais profunda. Dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) confirmam a falta de atratividade do SNS: dos concursos abertos na época normal deste ano para os hospitais, apenas 793 das 1.552 vagas disponibilizadas foram ocupadas, o que representa pouco mais de metade. Esta incapacidade de recrutar e reter novos especialistas agrava a sobrecarga dos profissionais que permanecem no serviço público e perpetua o ciclo de encerramentos de urgências. Sindicatos e ordens profissionais têm alertado que, sem medidas de valorização da carreira e melhoria das condições de trabalho, a sangria de médicos para o setor privado e para o estrangeiro continuará, tornando a gestão das escalas uma tarefa cada vez mais insustentável para as administrações hospitalares.














