Esta situação reflete a dificuldade que muitas grávidas enfrentam para aceder a cuidados de saúde atempados, sendo forçadas a percorrer longas distâncias à procura de uma maternidade aberta.

Recentemente, um caso ganhou destaque mediático quando uma grávida de 39 semanas deu à luz numa ambulância dos Bombeiros da Trafaria, a apenas cinco minutos do Hospital Garcia de Orta, em Almada.

Embora a urgência estivesse a funcionar em pleno, o parto precipitou-se durante o transporte, evidenciando os riscos associados a estas deslocações.

A FNAM tem alertado consistentemente que a concentração de serviços e o encerramento de urgências de proximidade, como as do Barreiro e Setúbal, intensificam o risco de “partos em ambulâncias”. A situação é vista pelos sindicatos médicos não como um incidente isolado, mas como uma consequência direta da falta de profissionais e da desorganização da rede de cuidados materno-infantis, que deixa a população, especialmente em regiões mais carenciadas, sem uma resposta de saúde segura e próxima.