A principal acusação é a de que a ministra “faltou à verdade” no parlamento ao negar que a mobilidade forçada de médicos seria implementada, quando os documentos negociais enviados aos sindicatos confirmam essa intenção. A presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, foi contundente ao afirmar que Ana Paula Martins “tem mais do que provas dadas de que não tem competência para estar na pasta da Saúde e, como tal, deve ser substituída”. A exigência de demissão não se baseia apenas na questão da mobilidade forçada, mas num conjunto de alegadas falhas de gestão, incluindo a substituição do presidente do INEM e os atrasos na área da oncologia. Esta posição extrema reflete um corte total nas pontes de diálogo entre o principal sindicato médico e a tutela, transformando a crise no SNS num braço de ferro político. A FNAM acusa o Governo de “desrespeitar o processo negocial” e de aprovar diplomas sem um diálogo efetivo.

A responsabilização é estendida ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, que, ao manter a ministra em funções, se torna “conivente com esta falta de verdade”.