O plano do Governo para criar urgências regionais foi alvo de duras críticas por parte de sindicatos médicos e de enfermagem, bem como de partidos da oposição, que alertam para os riscos para a segurança dos doentes e para a imposição de uma “mobilidade forçada” aos profissionais de saúde. A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) considera que o modelo “não serve os médicos nem a população”, prevendo um aumento do “perigo real de partos em ambulâncias” devido às maiores distâncias que as grávidas terão de percorrer. A FNAM acusa a Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, de ter “faltado à verdade aos deputados na Assembleia da República, ao afirmar que não avançaria com medidas de mobilidade forçada de médicos”. A estrutura sindical argumenta que esta imposição levará a que mais profissionais abandonem o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) também rejeita o diploma, criticando a ausência de incentivos específicos para o trabalho fora da unidade habitual e a falta de definição de uma distância máxima para as deslocações, considerando-o um “cheque em branco”.
Do lado da oposição, o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, classificou a medida como o reconhecimento do “falhanço completo” do Governo na Saúde, enquanto o PCP avisou que a concentração de serviços “não será sustentável” e levará à sobrecarga de outras unidades. A líder da Iniciativa Liberal, Mariana Leitão, vê as medidas como “pensos rápidos” que não resolvem os problemas estruturais do setor.
A contestação generalizada reflete a preocupação de que a solução administrativa para a falta de médicos possa agravar a crise, afastando profissionais e comprometendo a qualidade e proximidade dos cuidados de saúde.
Em resumoA proposta de urgências regionais gerou uma onda de contestação de sindicatos e partidos da oposição, que acusam o Governo de impor uma “mobilidade forçada” aos médicos, aumentar os riscos para os utentes e apresentar uma solução que não resolve os problemas estruturais do SNS.