Mudança na presidência do INEM gera controvérsia e contestação sindical
A substituição de Sérgio Janeiro na presidência do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) pela Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, gerou uma onda de controvérsia e instabilidade. A escolha provável de Luís Cabral, antigo secretário regional da Saúde dos Açores, para o cargo é fortemente contestada pelo Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), que vê a nomeação como um potencial “retrocesso”. O Ministério da Saúde esclareceu que não se tratou de uma demissão, mas sim da conclusão de um concurso público da CReSAP (Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública), no qual a ministra optou por um dos outros dois candidatos validados, em detrimento de Sérgio Janeiro, que estava em funções interinas. No entanto, a escolha de Luís Cabral “suscita muitas e legítimas preocupações”, segundo o STEPH, que numa carta ao primeiro-ministro alega que as suas posições e o modelo implementado nos Açores são “contrárias à melhor evidência científica” e assentam “num sistema seis vezes mais caro do que o utilizado no continente”. O sindicato refere-se a uma auditoria do Tribunal de Contas de 2024 que apontou fragilidades no sistema açoriano. O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) também criticou a mudança, considerando que introduz “um fator de instabilidade numa estrutura que carece precisamente do oposto”. Por seu lado, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou que o processo ocorreu “de acordo com os critérios da CReSAP” e que a decisão “deve ser respeitada”.



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