A greve nacional de médicos convocada pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM) registou uma adesão estimada em cerca de 80%, afetando significativamente a atividade programada, como consultas e cirurgias, em hospitais e centros de saúde de todo o país. A FNAM responsabilizou o Governo pela paralisação, acusando-o de ser “totalmente intransigente” nas negociações e de promover a “destruição do Serviço Nacional de Saúde”. Joana Bordalo e Sá, presidente da FNAM, afirmou que o Governo “não tem querido negociar com a FNAM” e que as supostas negociações “não passam de uma farsa”. A principal crítica dos médicos recai sobre a proposta de criação de urgências regionais, que, segundo o sindicato, implica uma “mobilização forçada” de profissionais, medida que a ministra da Saúde teria negado anteriormente no Parlamento. A FNAM argumenta que esta medida não serve nem os médicos, que poderão abandonar o SNS em maior número, nem a população, que ficará privada de serviços de proximidade.
A paralisação teve especial impacto nos blocos operatórios, onde apenas funcionaram os serviços mínimos, e em várias Unidades de Saúde Familiar (USF), particularmente no Norte e Centro do país, onde a adesão se aproximou dos 100%.
A FNAM aproveitou o dia de greve para reiterar o pedido de demissão da ministra Ana Paula Martins, considerando que esta demonstrou “não ter competência para estar na pasta da Saúde”.
A greve coincidiu com a paralisação da Função Pública, ampliando o descontentamento geral com as políticas do Governo.
Em resumoA greve dos médicos, com uma adesão estimada em 80%, paralisou a atividade programada no SNS. A FNAM acusou o Governo de intransigência e de impor um modelo de urgências regionais que, segundo o sindicato, força a mobilidade dos profissionais e degrada os cuidados de saúde.