A medida, prevista para o início de 2026, visa resolver os encerramentos recorrentes, mas é criticada por afastar os cuidados das populações. O plano do Governo estabelece que o Hospital Garcia de Orta funcionará como a única urgência externa de obstetrícia para os três hospitais da região. As maternidades e blocos de parto dos hospitais de Setúbal e do Barreiro manterão a sua atividade programada, mas deixarão de receber utentes em regime de urgência aberta. O Hospital de Setúbal, por sua vez, passará a receber apenas emergências referenciadas pelo INEM.
A Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, justifica a medida com a necessidade de garantir previsibilidade às grávidas, evitando que se deparem com serviços encerrados.
No entanto, a decisão gerou uma onda de críticas por parte de sindicatos e partidos políticos.
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) alertou para o “perigo real de partos em ambulâncias”, argumentando que o modelo obriga “grávidas e bebés a percorrer longas distâncias”. O PCP corrobora esta visão, afirmando que a medida “deixará milhares de grávidas desprotegidas”. A centralização num único hospital para servir uma população de quase um milhão de habitantes é vista como insustentável, podendo levar ao “desvio de centenas ou milhares de grávidas para unidades da margem norte do Tejo”. Este projeto-piloto é, assim, um teste decisivo a uma política nacional que opõe a eficiência da centralização à segurança e acessibilidade dos cuidados de proximidade.













