Uma proposta técnica que recomenda o encerramento da maternidade do Hospital de Abrantes e da urgência pediátrica de Torres Novas desencadeou uma forte mobilização popular na região do Médio Tejo. A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) está perto de recolher 20.000 assinaturas para entregar ao Ministério da Saúde. O abaixo-assinado, que circula desde o final de setembro, reflete a “indignação generalizada” da população perante a potencial perda de serviços considerados essenciais. Manuel José Soares, porta-voz da CUSMT, destacou a adesão “surpreendente” de cidadãos e instituições, sublinhando que a proposta da Comissão Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e da Adolescência (CNSMC) causou “alarme social e humano”.
A comissão argumenta que o encerramento teria “graves prejuízos humanos, sociais e de coesão territorial”. Os dados reforçam a importância dos serviços em risco: a urgência pediátrica de Torres Novas realizou mais de 29 mil atendimentos em 2024, e a maternidade de Abrantes, apesar da falta de especialistas, tem registado um aumento no número de partos. A CUSMT critica a falta de um desmentido oficial por parte das autoridades e teme que o Governo avance com a decisão sem ouvir as populações.
A entrega do abaixo-assinado está prevista para novembro, e a comissão está a solicitar reuniões com diversas entidades, incluindo a Ordem dos Médicos e grupos parlamentares, numa tentativa de criar uma frente unida para garantir o funcionamento permanente destes serviços de proximidade.
Em resumoA ameaça de encerramento da maternidade de Abrantes e da urgência pediátrica de Torres Novas gerou uma forte contestação popular, liderada pela Comissão de Utentes, que recolheu milhares de assinaturas para exigir a manutenção dos serviços de proximidade na região.