A medida visa dotar estes serviços de profissionais com formação específica e dedicada, melhorando a qualidade dos cuidados e a organização interna das equipas. Com um plano de formação de cinco anos que abrange 22 áreas clínicas, a nova especialidade pretende criar um corpo de médicos altamente qualificados para lidar com a complexidade e a intensidade do ambiente de urgência. Esta iniciativa é vista como uma solução a longo prazo para os problemas de falta de pessoal diferenciado, que frequentemente levam ao recurso a médicos tarefeiros e a constrangimentos no funcionamento das urgências.
Além do impacto interno, a criação da especialidade tem uma dimensão internacional significativa.
Segundo a Ordem dos Médicos, este reconhecimento permitirá que os médicos portugueses possam exercer a sua atividade em todo o espaço Schengen, facilitando a mobilidade profissional e o alinhamento com as práticas europeias. Em contrapartida, Portugal poderá também "absorver" médicos estrangeiros com experiência em contexto pré-hospitalar e hospitalar, o que poderá ajudar a mitigar a carência de recursos humanos.
A implementação desta especialidade é um marco importante na valorização da medicina de urgência, que durante anos foi vista como uma área de passagem ou menos nobre.
Ao formalizar a sua importância, espera-se atrair mais médicos para esta área crítica e, gradualmente, construir equipas mais estáveis e coesas, capazes de oferecer uma resposta mais eficaz e segura aos utentes.














