O encerramento definitivo do Serviço de Urgência do Hospital Geral dos Covões, em Coimbra, e a sua conversão num centro de atendimento para casos não emergentes, marca um ponto de viragem na reorganização dos serviços de saúde na região, suscitando forte contestação por parte de profissionais e da comunidade. A decisão, justificada pela Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra com a reduzida afluência de utentes — entre 10 a 15 atendimentos diários, em comparação com os 450 do Serviço de Urgência dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) —, é vista por muitos como o culminar de um processo de desinvestimento numa unidade que já serviu 800 mil pessoas. O serviço foi reclassificado como Centro de Atendimento Clínico, destinado a "situações agudas não emergentes" e acessível apenas através de encaminhamento pela Linha SNS24.
Esta alteração representa uma mudança fundamental no acesso aos cuidados, centralizando os casos de emergência no HUC e tornando a linha telefónica numa porta de entrada obrigatória para os Covões.
A medida gerou forte oposição, com os enfermeiros a considerarem o encerramento "a morte" do serviço. A contestação sublinha a preocupação com o futuro do hospital, que tem vindo a perder valências, e o impacto da sobrecarga no já pressionado serviço de urgência do HUC.
Embora um artigo aponte a "falta de recursos humanos" como justificação, a narrativa oficial foca-se na baixa procura, ilustrando uma tensão entre a gestão administrativa focada na eficiência e a perceção pública de um desmantelamento de um serviço de proximidade essencial.
Em resumoO encerramento da urgência dos Covões, justificado pela baixa afluência, e a sua transformação em centro clínico para casos não urgentes, reflete uma estratégia de centralização de serviços em Coimbra. A medida, que torna o SNS24 uma porta de entrada obrigatória, gerou forte contestação por parte de profissionais de saúde e da comunidade, que temem o desmantelamento do hospital e a sobrecarga de outras unidades.