Em resposta, o Governo nega a existência de "cortes", preferindo falar numa "orientação muito exigente" para melhorar a eficiência.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, e a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, defendem que o objetivo é gerir melhor os recursos, com a ministra a afirmar: "Não queremos gastar mais e pior".

No entanto, a nota explicativa do Orçamento do Estado detalha uma redução de 208 milhões de euros em medicamentos e 29 milhões em prestadores de serviços ("tarefeiros"), o que reforça as preocupações de sindicatos e administradores hospitalares. O Sindicato dos Enfermeiros afirma que "já ninguém acredita" que não haverá cortes nos serviços, e a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares descreve o orçamento como uma "ilusão".

O diretor da DE-SNS, Álvaro Almeida, classificou as acusações do bastonário dos Médicos como "populismo e demagogia", mas não negou explicitamente a existência da instrução.

Este embate semântico entre "cortes" e "eficiência" expõe um profundo desacordo sobre a gestão do SNS, com os profissionais de saúde a ligarem diretamente a pressão financeira à degradação dos serviços, incluindo os encerramentos de urgências.