Esta situação, documentada em várias regiões e especialidades, evidencia as dificuldades estruturais que afetam a capacidade de resposta dos hospitais portugueses. Um dos casos mais significativos é o encerramento definitivo do serviço de urgência do Hospital dos Covões, em Coimbra.
A administração da Unidade Local de Saúde (ULS) justifica a medida com a baixa procura, estimada entre 10 a 15 atendimentos diários, transformando o espaço num Centro de Atendimento Clínico para situações não emergentes, acessível através da linha SNS24. No entanto, um dos artigos aponta a falta de recursos humanos como a verdadeira causa, e a decisão gerou forte contestação por parte de utentes e profissionais de saúde, com os enfermeiros a considerarem a medida como "a morte" do serviço. Paralelamente, assiste-se a uma vaga de encerramentos temporários, sobretudo durante o fim de semana, em múltiplos serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia. A situação afeta diversos hospitais, incluindo o Garcia de Orta (Almada), Santarém, Vila Franca de Xira, Barreiro, São Bernardo (Setúbal) e Caldas da Rainha, com especial incidência na Margem Sul.
Estes fechos programados obrigam as utentes a procurar alternativas, muitas vezes distantes, sobrecarregando outras unidades.
A crise manifesta-se também através do colapso operacional, como o verificado no Hospital Amadora-Sintra.
Embora não se trate de um encerramento formal, a unidade viveu um dia de "extrema dificuldade", com os tempos de espera para doentes urgentes (pulseira amarela) a ultrapassarem as 24 horas. A administração atribuiu a situação à falta de médicos na escala e ao elevado número de casos complexos que exigiram reanimação, apelando aos utentes para que contactem previamente a linha SNS24. Estes três cenários — o fecho definitivo, os encerramentos rotativos e o colapso funcional — ilustram as diferentes facetas de uma crise sistémica que compromete o acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde urgentes.











