A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) abriu um processo de esclarecimento sobre o caso de um recém-nascido em estado crítico que teve de ser transportado de ambulância de Faro para Lisboa, após o helicóptero do INEM ter falhado a missão. A aeronave, baseada em Loulé, estava inoperacional no momento do acionamento, no sábado, devido a "motivos de manutenção e logísticos", nomeadamente a falta de uma peça de equipamento médico que já teria sido encomendada há meses. O bebé, que necessitava de cuidados intensivos neonatais no Hospital Dona Estefânia, percorreu mais de 300 quilómetros por via terrestre.
O INEM, embora tenha reconhecido a inoperacionalidade do helicóptero, alegou que o transporte aéreo não seria possível de qualquer forma devido às "condições meteorológicas adversas".
No entanto, a falha técnica do equipamento levantou sérias dúvidas sobre a prontidão dos meios de emergência.
A IGAS pretende agora recolher informação junto do INEM e da Unidade Local de Saúde do Algarve para apurar todos os factos.
O incidente ocorre num momento em que o INEM prometia ter quatro helicópteros totalmente funcionais a partir de 1 de novembro, uma garantia que falhou logo no dia seguinte, evidenciando problemas na gestão e manutenção da frota.
Em resumoA IGAS instaurou um inquérito para apurar por que motivo um recém-nascido em estado crítico foi transportado de ambulância do Algarve para Lisboa, após o helicóptero do INEM se encontrar inoperacional por falta de equipamento. O caso expõe falhas na gestão de meios de emergência médica.