O Governo pretende introduzir novas regras e limitar o valor pago por hora a estes profissionais, o que desencadeou uma forte reação e a ameaça de uma paralisação que poderia configurar uma “emergência nacional”. Com mais de quatro mil médicos a trabalhar neste regime e uma despesa que ultrapassou os 213 milhões de euros em 2024, o seu papel é crucial para o funcionamento das urgências. Em resposta aos planos do Governo, um movimento representando mais de mil tarefeiros formalizou-se como associação para poder negociar legalmente e pediu uma reunião urgente com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins. Embora a possibilidade de uma greve geral tenha sido inicialmente referida, o movimento recuou, afirmando que, para já, a paralisação não está “em cima da mesa”, preferindo primeiro conhecer o diploma do Governo. A Ordem dos Médicos e os administradores hospitalares alertaram para o “impacto devastador” que uma paragem teria, já que não seria possível decretar serviços mínimos. Perante a tensão, o Governo mostrou alguma flexibilidade: a ministra da Saúde adiou a publicação da portaria que reduz os valores pagos e, em paralelo, a Direção Executiva do SNS, liderada por Álvaro Almeida, assegurou que os tarefeiros “vão ser convidados para os quadros”, numa tentativa de os integrar no sistema e reduzir a precariedade e a dependência de prestadores externos.