A ocorrência de partos em ambulâncias e na via pública tornou-se um dos símbolos mais alarmantes da crise no Serviço Nacional de Saúde (SNS), gerando forte incómodo político e social. Estes incidentes, consequência direta do encerramento de maternidades e da falta de resposta das urgências de obstetrícia, levaram o Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, a admitir publicamente o seu desconforto com a situação. Foram reportados múltiplos casos, incluindo o nascimento de um bebé numa ambulância dos bombeiros de Mértola, a caminho do hospital de Beja, e outro caso semelhante no Algarve, em plena A22, após uma grávida ter sido mandada para casa horas antes, apesar dos sintomas.
Luís Montenegro afirmou: “Claro que me incomoda muito que haja partos em ambulâncias ou mesmo na via pública”.
O chefe do Governo pediu um “levantamento de uma forma sistematizada para percebermos porque é que isso acontece”, argumentando que as causas podem ser diversas e não necessariamente ligadas à “ineficiência ou a falta de capacidade de resposta do SNS”. Apesar desta ressalva, a repetição destes casos é amplamente vista como uma falha grave na rede de cuidados materno-infantis, que deveria garantir um parto seguro e assistido em ambiente hospitalar.
A situação expõe a vulnerabilidade das grávidas em regiões onde as urgências fecham de forma rotativa, forçando-as a viagens longas e arriscadas num momento crítico.
Em resumoA crescente frequência de partos em ambulâncias evidencia uma grave falha na rede de urgências de obstetrícia do SNS. Apesar do reconhecido "incómodo" do Primeiro-Ministro, estes incidentes sublinham a urgência de resolver os problemas estruturais que impedem o acesso a cuidados maternos seguros e atempados.