A contestação tornou-se tão audível que a sua continuidade no cargo foi posta em causa, obrigando o Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, a intervir publicamente para reafirmar a sua confiança na governante.

Um artigo de opinião na revista Visão descreve a ministra como alguém que “perdeu na comunicação antes de perder na governação”, criticando as suas declarações “frias, tecnocráticas” e uma aparente “isenção de responsabilidade”.

O texto sugere que a sua saída era inevitável e que se manteria apenas até dezembro para apresentar a nova Lei de Bases da Saúde. Em resposta a esta crescente onda de críticas e rumores, Luís Montenegro foi taxativo ao garantir que mantém “total confiança” em Ana Paula Martins, afirmando que “não há nenhum membro do Governo que possa estar no Governo sem ter a minha total confiança”.

O Primeiro-Ministro desvalorizou a polémica como “intriga política” e assegurou que quer a ministra à frente da pasta da Saúde. Fontes posteriores indicaram que um balanço ao desempenho da ministra só deverá ser feito na Páscoa, dado que tem em mãos diplomas importantes para avançar.

Esta defesa firme de Montenegro procura estancar a instabilidade política, mas a percepção pública de uma gestão de crise deficiente continua a ser um dos maiores desafios para o executivo.