O líder do Chega e candidato presidencial, André Ventura, afirmou que a imigração é um dos fatores que contribuem para a sobrecarga do SNS, uma posição que foi prontamente contestada pelo Partido Socialista (PS). Num debate televisivo, André Ventura argumentou que o SNS não tem capacidade para acolher um número tão elevado de imigrantes, contribuindo para a pressão sobre os serviços.

O deputado do Chega, Pedro Frazão, reforçou esta ideia, afirmando que a sua base eram relatos de entidades como a Associação dos Administradores Hospitalares. Em contrapartida, o deputado do PS, Bruno Gonçalves, refutou esta alegação, salientando que os principais relatórios sobre o sistema de saúde português não apontam a imigração como um dos cinco principais fatores da crise.

Este confronto de visões evidencia a politização de um tema complexo.

Enquanto uma parte do espectro político atribui parte da responsabilidade da crise a fatores demográficos externos, outra defende que as causas são internas e estruturais, relacionadas com o desinvestimento, a má gestão e a falta de recursos humanos.

O debate reflete tensões sociais mais amplas e a dificuldade em estabelecer um diagnóstico consensual sobre os problemas do SNS, desviando por vezes o foco das questões de gestão e financiamento para o impacto da imigração.