A situação reflete uma crise profunda na capacidade de resposta do SNS à saúde materno-infantil. A falta de médicos especialistas é a principal causa para o fecho de, pelo menos, três serviços de urgência de obstetrícia num único domingo, uma situação que se tornou recorrente. Esta realidade obriga as grávidas a uma perigosa "peregrinação" entre hospitais, muitas vezes sem garantia de atendimento.
As consequências são dramáticas: em Almancil, uma mulher deu à luz em casa com a ajuda do INEM, tendo de ser transportada para o Hospital de Portimão, a 60 quilómetros, porque a urgência do Hospital de Faro, a apenas 15 quilómetros, estava encerrada. A situação é tão grave que a imprensa espanhola destacou o facto de os bombeiros da Moita já terem realizado 15 partos este ano, com um artigo a citar que “nunca um Corpo de Bombeiros fez tantos partos na história em Portugal”. Um artigo de opinião corrobora esta visão, afirmando que “a nossa sina é nascerem mais bebés em ambulâncias”, criticando a falta de uma reforma estrutural no SNS. Este fenómeno evidencia uma falha grave no planeamento e na gestão de recursos humanos na saúde, colocando em risco a vida de mães e bebés.













