O caso culminou com a recusa da utente em aceitar a alta hospitalar, tendo o parto ocorrido horas depois na mesma unidade.

A jovem, com 39 semanas de gestação e a sentir contrações, foi transportada de ambulância para o Hospital de Santo André, em Leiria, por ser a unidade de referência naquele momento.

Após observação, a equipa médica deu-lhe alta, indicando que deveria regressar a casa.

Perante a longa distância de regresso (103 km) e o seu estado, a grávida e a sua família recusaram-se a abandonar o hospital, temendo que o parto ocorresse durante a viagem.

A sua insistência levou a uma reavaliação e posterior readmissão, tendo o bebé nascido em segurança na unidade hospitalar.

A administração do Hospital de Leiria defendeu a sua atuação, com a diretora clínica, Catarina Faria, a afirmar que “foi uma decisão correta” dar alta, pois a utente “não estava em trabalho de parto” no momento da avaliação inicial e que o parto só começou mais de 12 horas depois. Este episódio ilustra de forma dramática o impacto direto dos encerramentos de urgências, que impõem longas e penosas deslocações a utentes em momentos de grande vulnerabilidade, gerando um clima de insegurança e desconfiança nos serviços de saúde.