Esta tendência reflete uma crise profunda nas urgências de obstetrícia do Serviço Nacional de Saúde, marcada por encerramentos e constrangimentos no atendimento.

O PCP acusou o Governo de recorrer a “propaganda e ilusão” na proposta orçamental para a saúde, enquanto se assiste a um “drama” que envolve grávidas e nascimentos fora das maternidades. Vários artigos corroboram esta perceção, relatando a “aflição de dar à luz fora dos hospitais” e partilhando histórias de mulheres que não chegaram a tempo às unidades de saúde.

Um dos casos noticiados foi o nascimento do pequeno Raúl, em casa, em Salvaterra de Magos. Perante esta realidade, o presidente da Sociedade Portuguesa da Saúde Pública defendeu a necessidade de “reorganizar blocos de partos e maternidades em função das necessidades de forma inteligente”. A causa principal apontada para este fenómeno é o encerramento de urgências, que obriga as grávidas a percorrerem distâncias cada vez maiores, aumentando o risco de partos em condições não controladas e sem assistência médica especializada.

Esta situação não só coloca em perigo a saúde da mãe e do recém-nascido, como também gera uma enorme ansiedade e mina a confiança da população na capacidade de resposta do SNS, transformando um momento que deveria ser seguro num percurso de incerteza e perigo.