A situação resultou numa multa para o hospital e numa instrução da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) para não dificultar o acesso dos utentes.
O incidente, ocorrido em fevereiro do ano anterior mas divulgado agora, tornou-se um exemplo paradigmático das consequências da crise nas urgências obstétricas.
A utente, com 29 anos e uma hemorragia vaginal, foi inicialmente recusada no Hospital do Barreiro por falta de médicos. Seguiu-se um périplo por outras unidades hospitalares, com o atendimento a ser finalmente concretizado no Hospital de Cascais, quase quatro horas após o pedido inicial de ajuda. A ERS, após investigação, não só multou o hospital em milhares de euros, como também emitiu uma instrução à Unidade Local de Saúde do Arco Ribeirinho para que não sejam criados obstáculos ao acesso dos utentes.
O regulador apontou ainda falhas ao INEM e à Linha SNS24 na coordenação e referenciação da doente.
Este caso realça a violação das regras de acesso aos cuidados de saúde e a vulnerabilidade a que os doentes são expostos quando os serviços de urgência se encontram sobrelotados ou com falta de pessoal. A recusa de atendimento a uma grávida numa situação de risco evidente demonstra como a pressão sobre o sistema pode levar a decisões que comprometem a segurança do doente e minam a confiança da população no SNS.













