Os médicos apontam o pacote de reforma laboral do governo como o principal catalisador do protesto, mas o descontentamento é mais profundo e sistémico.

A federação enquadra a sua decisão no contexto de uma crise contínua, marcada por constrangimentos estruturais: 15% da população continua sem médico de família atribuído e, só este ano, já nasceram 71 bebés em ambulâncias ou "à beira da estrada", factos que os médicos consideram ser a prova de que "o sistema é o problema". A adesão à greve geral, ao lado de outros trabalhadores, representa uma tomada de posição política forte, que transcende as reivindicações setoriais.

Os médicos acusam a ministra da Saúde de promover uma agenda que enfraquece o serviço público, favorecendo indiretamente o setor privado e abdicando do papel central do Estado na garantia do acesso universal à saúde.

Esta mobilização arrisca-se a ter um impacto significativo no funcionamento dos serviços de saúde, incluindo as urgências.